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domingo, 29 de julho de 2012

"A IGNORÂNCIA DA SOCIEDADE DO CONHECIMENTO"


Conhecimento é poder - trata-se de um velho lema da filosofia burguesa moderna, que foi utilizado pelo movimento dos operários europeus do século 19. Antigamente conhecimento era visto como algo sagrado. Desde sempre homens se esforçaram para acumular e transmitir conhecimentos. Toda sociedade é definida, afinal de contas, pelo tipo de conhecimento de que dispõe. Isso vale tanto para o conhecimento natural quanto para o religioso ou para a reflexão teórico-social. Na modernidade o conhecimento é representado, por um lado, pelo saber oficial, marcado pelas ciências naturais, e, por outro, pela "inteligência livre-flutuante" (Karl Mannheim) da crítica social teórica. Desde o século 18 predominam essas formas de conhecimento.

Mais espantoso deve parecer que há alguns anos esteja se disseminando o discurso da "sociedade do conhecimento" que chega com o século 21; como se só agora tivessem descoberto o verdadeiro conhecimento e como se a sociedade até hoje não tivesse sido uma "sociedade do conhecimento". Pelo menos os paladinos da nova palavra-chave sugerem algo como um progresso intelectual, um novo significado, uma avaliação mais elevada e uma generalização do conhecimento na sociedade. Sobretudo se alega que a suposta aplicação econômica do conhecimento esteja assumindo uma forma completamente diferente.

Filosofia das mídias - Bastante euforia é o que se apreende por exemplo do filósofo das mídias alemão Norbert Bolz: "Poder-se-ia falar de um big-bang do conhecimento.
E a galáxia do conhecimento ocidental se expande na velocidade da luz. Aplica-se conhecimento sobre conhecimento e nisso se mostra a produtividade do trabalho intelectual. O verdadeiro feito intelectual do futuro está no design do conhecimento. E, quanto mais significativa for a maneira como a força produtiva se torne inteligência, mais deverão convergir ciência e cultura. O conhecimento é o último recurso do mundo ocidental".

Palavras fortes. Mas o que se esconde por trás delas? Elucidativo é talvez o fato de que o conceito da "sociedade do conhecimento" esteja sendo usado mais ou menos como sinônimo do de "sociedade da informação". Vivemos numa sociedade do conhecimento porque somos soterrados por informações. Nunca antes houve tanta informação sendo transmitida por tantos meios ao mesmo tempo. Mas esse dilúvio de informações é de fato idêntico a conhecimento? Estamos informados sobre o caráter da informação? Conhecemos afinal que tipo de conhecimento é esse?

Na verdade o conceito de informação não é, de modo nenhum, abarcado por uma compreensão bem elaborada do conhecimento. O significado de "informação" é tomado num sentido muito mais amplo e refere-se também a procedimentos mecânicos. O som de uma buzina, a mensagem automática da próxima estação do metrô, a campainha de um despertador, o panorama do noticiário na TV, o alto-falante do supermercado, as oscilações da Bolsa, a previsão do tempo... tudo isso são informações, e poderíamos continuar a lista infinitamente.

Conhecimento trivial - Claro que se trata de conhecimento, também, mas de um tipo muito trivial. É a espécie de conhecimento com a qual crescem os adolescentes de hoje. Já aqueles na faixa dos 40 anos estão tecnológica-comunicativamente armados até os dentes. Telas e displays são para esses quase partes do corpo e órgãos sensoriais. Eles sabem que informações têm que ser observadas para acessar a internet ou como filtrar tais informações da rede, por exemplo, como se faz o "download" de uma canção de sucesso. E um dos meios de comunicação prediletos dessa geração é por escrito, o do "Short Message Service" ou, na forma abreviada, o SMS que aparece no display do celular. O máximo de comunicação está limitado ali a 160 caracteres.

Já é estranho que o armamento tecnológico de ingenuidade juvenil seja elevado à condição de parte integrante de um ícone social e seja associado ao conceito de "conhecimento". Em termos de uma "força produtiva inteligência" e "feito intelectual do futuro", isso é um pouco decepcionante. Mais próximos da verdade estaremos talvez se compreendermos o que se entende por "inteligência" na sociedade do conhecimento ou da informação. Assim, numa típica nota da imprensa econômica publicada na primavera de 2001, lê-se: "A pedido da agência espacial canadense, a empresa Tactex desenvolveu em British Columbia tecidos inteligentes. Em tiras de tecido são costurados em série minúsculos sensores que reagem à pressão. Primeiramente, o tecido da Tactex deve ter seu desempenho testado como revestimento de bancos de automóveis. Ele reconhece quem se sentou no banco do motorista... O banco inteligente reconhece o traseiro de seu motorista".

Para um banco de automóvel, trata-se, seguramente, de um feito grandioso. Temos de reconhecer. Mas, ora, não pode ser considerado a sério um paradigma para o "feito intelectual do futuro". O problema reside no fato de que o conceito de inteligência da sociedade da informação – ou do conhecimento – está muito especificamente modelado pela chamada "inteligência artificial". Estamos falando de máquinas eletrônicas que por meio de processamento de dados têm capacidade de armazenamento cada vez mais alta, para simular atividades rotineiras do cérebro humano.

Objetos inteligentes - Há muito que se fala na "casa inteligente", que regula sozinha a calefação e a ventilação, ou na "geladeira inteligente", que encomenda no supermercado o leite que acabou. Da literatura de terror, conhecemos o "elevador inteligente", que infelizmente se tornou maligno e atentou contra a vida de seus usuários. Novas criações são o "carrinho de compras inteligente", que chama a atenção do consumidor para as ofertas especiais, ou a "raquete inteligente", que com um sistema eletrônico embutido permite ao tenista um saque especial, muito mais potente.

Será esse o estágio final da evolução intelectual moderna? Uma macaqueação de nossas mais triviais ações cotidianas por máquinas, conquistando uma consagração intelectual superior? A maravilhosa sociedade do conhecimento aparece, ao que tudo indica, justamente por isso como sociedade da informação, porque se empenha em reduzir o mundo a um acúmulo de informações e processamentos de dados e em ampliar de modo permanente os campos de aplicação destes. Estão em jogo aí sobretudo duas categorias de "conhecimento": conhecimento de sinais e conhecimento funcional. O conhecimento funcional é reservado à elite tecnológica que constrói, edifica e mantém em funcionamento os sistemas daqueles materiais e máquinas "inteligentes". O conhecimento de sinais, ao contrário, compete às máquinas, mas também a seus usuários, para não dizer: seus objetos humanos. Ambos têm de reagir automaticamente a determinadas informações ou estímulos. Não precisam, eles mesmos, saber como essas coisas funcionam, mas precisam processar dados "corretamente".

Comportamento programável - Tanto para o comportamento maquinal quanto para o humano, na sociedade do conhecimento a base é dada, portanto, pela informática, que serve para programar sequências funcionais. Lida-se com processos descritíveis e mecanicamente reexecutáveis, com meios formais, por uma sequência de sinais (algoritmos). Isso soa bem para o funcionamento de tubulações hidráulicas, aparelhos de fax e motores de automóveis; e tudo bem que haja especialistas para isso. Porém, quando também o comportamento social e mental de seres humanos é representável, calculável e programável, estamos diante de uma concretização de visões de terror das modernas utopias negativas.

Essa espécie de conhecimento social de sinais lembra bem menos vôos audaciosos do que, isso sim, o famoso cão de Pavlov. No começo do século 20, o fisiologista Ivan Petrovitch Pavlov havia descoberto o chamado reflexo condicionado. Um reflexo é uma reação automática a um estímulo externo. Um reflexo condicionado ou motivado consiste no fato de que essa reação também pode ser desencadeada por um sinal secundário aprendido, que esteja ligado ao estímulo original. Pavlov associou o reflexo salivar inato de cães com a visão de ração por meio de um sino e pôde finalmente desencadear esse reflexo também ao utilizar o sino isoladamente.

Ao que parece, a vida social e intelectual na sociedade do conhecimento - aliás, da informação – deve ser levada a um caminho de comportamento que corresponda a um sistema de reflexos condicionados: estamos sendo reduzidos àquilo que temos em comum com cães, pois o esquema de estímulo-reação dos reflexos tem tudo a ver com o conceito de informação e "inteligência" da cibernética e da informática. O conjunto de nossas ações na vida é cada vez mais monitorado por dígitos, trilhas, clusters e sinais de todo tipo. Esse conhecimento de sinais, o processamento reflexo de informações, não é, porém, exigido somente no âmbito tecnológico, mas também no mais elevado nível social e econômico. Assim, por exemplo, se é como se diz, os governos, os "managers", os que têm uma ocupação, enfim todos devem permanentemente observar os "sinais dos mercados".

Esse conhecimento miserável de sinais não é, na verdade, conhecimento nenhum. Um mero reflexo não é, afinal, nenhuma reflexão intelectual, mas seu exato contrário. Reflexão significa não apenas que alguém funcione, mas também que esse alguém possa refletir "sobre" a tal função e lhe questionar o sentido. Esse triste caráter do conhecimento-informação reduzido foi prenunciado pelo sociólogo francês Henri Lefebvre já nos anos 50, quando ele, em sua "Crítica da Vida Cotidiana", descrevia a era da informação que chegava: "Ele adquire um "conhecimento". Mas em que consiste ele, exatamente? Não é nem o conhecimento (Kenntnis) real ou aquele adquirido por processos de reflexão (Erkenntnis), nem é um poder sobre as coisas observadas, nem, por último, a participação real nos acontecimentos. É uma nova forma do observar: um olhar social sobre o retrato das coisas, mas reduzido à perda dos sentidos, à manutenção de uma falsa consciência e à aquisição de um pseudoconhecimento sem nenhuma participação própria...".

O "sentido da vida" - Em outras palavras, a questão do sentido e da finalidade dos próprios atos de cada um se torna quase impossível. Se os indivíduos se tornam idênticos a suas funções condicionadas, eles deixam de estar em condições de questionar a si mesmos ou ao ambiente que os cerca. Estar "informado" significa então estar totalmente "em forma", formado pelos imperativos de sistemas de sinais técnicos, sociais e econômicos; para funcionar, portanto, como a porta de comunicação de um circuito complexo. E mais nada. A geração jovem da chamada sociedade do conhecimento é talvez a primeira a perder a questão pueril quanto ao "sentido da vida". Para isso não haveria espaço suficiente no display. Os "informados" desde pequenos não compreendem mais nem sequer o significado da palavra "crítica". Eles identificam esse conceito com o erro crítico, indicação de um problema sério, a ser prontamente eliminado na execução de um programa.

Nessas condições, o conhecimento reflexivo intelectual é tido como infrutífero, como uma espécie de bobagem filosófica da qual não precisamos mais. Seja como for, tem-se que lidar com isso de maneira pragmática. O primeiro e único mandamento do conhecimento reduzido diz: ele deve ser imediatamente aplicável no sistema de sinais dominante. O que está em questão é o "marketing da informação" sobre "mercados da informação". O conhecimento intelectual tem de ser encolhido para a condição de "informações". O que por exemplo será no futuro um "historiador" já é mostrado hoje pelo historiador Sven Tode, de Hamburgo, com seu doutorado.

Sob o título "History Marketing", ele escreve, sob encomenda, a biografia de empresas a comemorar aniversários de fundação; ajuda-as também cuidando de seus arquivos. Seu grande sucesso: para uma empresa norte-americana que se achava envolvida numa disputa pela patente de um encaixe tipo baioneta para mangueiras de bombeiro, Tode pôde desenterrar documentos arquivados que proporcionaram a quem encomendou os seus serviços uma economia de US$ 7 milhões.

Cada vez mais desempregados, indivíduos submetidos a uma dieta financeira de fome e portadores achincalhados de um socialmente desvalorizado conhecimento de reflexão se esforçam em transformar seu pensamento, reduzindo-o aos conteúdos triviais de conhecimentos funcionais e reconhecimentos de sinais, para permanecer compatíveis com o suposto progresso e vendáveis. O que se produz daí é uma espécie de "filosofia do banco de automóvel inteligente". Na verdade, é triste que homens instruídos no pensamento conceitual se deixem degradar à condição de palhaços decadentes da era da informação. A sociedade do conhecimento está extremamente desprovida de espirituosidade, e por isso até mesmo nas ciências do espírito o espírito vai sendo expulso. O que resta é uma consciência infantilizada que brinca com sucata desconexa de conhecimento e informação.

De todo modo, o conhecimento degradado em "informação" não se revelou economicamente estimulante na medida em que se havia esperado. A New Economy da sociedade do conhecimento entrou em colapso tão rápido quanto foi proclamada. Isso também tem sua razão; pois o conhecimento, seja lá na forma que for, diferentemente de bens materiais ou serviços prestados, não é reproduzível em "trabalho" e, portanto, em criação de valor, como objeto econômico. Uma vez posto no mundo, ele pode ser reproduzido sem custo, na quantia que se deseje. Em seu debate com o economista alemão Friedrich List, em 1845, Karl Marx já escrevia: "As coisas mais úteis, como o conhecimento, não têm valor de troca". Isso vale também para o atualmente reduzido conhecimento-informação, cuja utilidade pode ser posta em dúvida.

Assim a escassa reflexão intelectual vinga-se dos profetas da alegada nova sociedade do conhecimento. A montanha de dados cresce, o real conhecimento diminui. Quanto mais informações, mais equivocados os prognósticos. Uma consciência sem história, voltada para a atemporalidade da "inteligência artificial", tem de perder qualquer orientação. A sociedade do conhecimento, que não conhece nada de si mesma, não tem mais nada a produzir senão sua própria ruína. Sua notória fraqueza de memória é ao mesmo tempo seu único consolo.

Robert Kurz é sociólogo e ensaísta alemão, autor de "Os Últimos Combates" (ed. Vozes) e "O Colapso da Modernização" (ed. Paz e Terra). Ele escreve mensalmente na seção "Autores", do Mais!. Tradução de Marcelo Rondinelli.
Robert KurzFolha de São Paulo,
13 de janeiro de 2002 – Caderno Mais, p. 14-15.
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VIDEOS DIDÁTICOS-Jucimara lorencini


http://www.geografiaparatodos.com.br/index.php?pag=videos_didaticos
veja tambem:
http://videoseducacionais.cptec.inpe.br/swf/mud_clima/09_mudancas_globais_da_vegetacao/09_mudancas_globais_da_vegetacao.swf

GLOBALIZAÇÃO - A ECONOMIA GLOBAL VAI BEM E O POVO VAI MAL


O que dizer de um sistema econômico que aumentou a riqueza e diminuiu o emprego? As dores da globalização atingem também os países mais ricos
Se estivesse vivo e assistisse à atual Copa do Mundo da Alemanha, o general Emílio Garrastazu Médici poderia repetir a célebre frase que disse nos anos 1970. Naquela época, o Brasil sagrou-se tricampeão mundial de futebol e viveu um período de bonança conhecido como “milagre econômico”. O ditador brasileiro resumiu como poucos a disparidade entre os números positivos e a vida da população: “A economia vai bem e o povo vai mal.” Hoje, o mesmo acontece não só na Alemanha, onde a taxa de desemprego é de 11%, mas em vários países europeus e americanos, inclusive Estados Unidos e Brasil.
Tristeza em Paris: na capital da
França, senhora desempregada
pede esmola na rua
A globalização gerou riqueza e prosperidade nos últimos anos, mas também eliminou empregos e aumentou a distância entre ricos e pobres. Somente em Berlim, o desemprego aflige 17,4% da população, o que cria um contraste difícil de esconder mesmo durante a festa da Copa. Na capital alemã, a pobreza de uma grande parte dos moradores é visível para os milhões de turistas que foram para lá acompanhar o mundial. É um fenômeno que marca a União Européia, onde a taxa média de desocupados chega a 8%. Esses índices são altos na Itália (7,7%), na França (9,3%), na Bélgica (12%) e na Espanha (8,3%). Do outro lado do Atlântico, os Estados Unidos, país que mais se beneficiou da globalização, sofre com um desemprego historicamente elevado: 4,6%.



Fotos: Itamar Miranda/AE
Cadê meu trabalho?: Larry (no alto, à esq.) descobriu que seu emprego foi dado ao indiano Kalamesh. Em São Paulo, trabalhadores buscam vagas no centro (acima)
O aumento da desigualdade social na economia mais poderosa da Terra foi retratado na semana passada pela bíblia liberal do capitalismo, a revista inglesa The Economist. “Se as coisas continuarem assim por muito tempo, nós iremos acabar como o Brasil, um país notório por sua concentração de renda e riqueza”, afirmou uma fonte da publicação nos Estados Unidos. Por aqui, enquanto torce pelo hexacampeonato mundial, o povo também sofre pela busca de trabalho. Segundo a pesquisa Dieese/Seade, na região metropolitana de São Paulo a taxa de desemprego estava em 16,9% em abril – o dobro dos 8,5% registrados em abril de 1987. Mas afinal, onde é que foram parar os empregos do mundo? Provavelmente, na China ou na Índia, grandes beneficiários do processo atual de globalização.
A história do americano Larry Berwind, 31 anos, é um bom exemplo do que está acontecendo no mundo. Em 2001, esse nova-iorquino formado na prestigiada Universidade de Stanford perdeu seu emprego de autor de programas de computador numa empresa da Califórnia. Ele ganhava US$ 4.500 mensais, além de planos de saúde e de aposentadoria. Revoltado, Larry resolveu localizar o paradeiro de seu cargo e embarcou numa peregrinação pelas tortuosas vias da globalização. Descobriu, primeiro, que sua função havia sido exportada para a Índia, onde a companhia contratou um programador de Mumbai (ex-Bombaim) chamado Kalamesh Pandya, 38 anos. Pai de quatro filhos, Kalamesh recebia US$ 250 por mês para fazer o mesmo trabalho, sem nenhum benefício social.



Seis meses atrás, Larry foi visitar o indiano pessoalmente. A surpresa: o próprio Kalamesh já havia sido mandado embora. Sua função fora repassada para uma jovem mulher chinesa, de Xangai, por uma fração do valor – como profetizou Karl Marx, a história acontece duas vezes: a primeira como tragédia, a segunda como farsa. Hoje, Larry ganha a vida como consultor free lancer de informática e está escrevendo um livro, chamado provisoriamente de Onde no mundo está meu emprego?. Com o adiantamento que recebeu da editora, ele financia as viagens em busca dos novos donos de seu antigo cargo. “A globalização serve apenas a um consórcio de homens de negócio, a elite do capital financeiro, que não tem pátria”, reclamou a ISTOÉ.

Na pauta do Congresso dos Estados Unidos, não há, atualmente, um único item que procure proteger uma das marcas registradas do chamado “american way of life”: o emprego. Entre os anos 2000 e 2003 foram perdidos três milhões de vagas no setor manufatureiro do país. De lá para cá, não houve recuperação digna de nota. O número de trabalhadores nesta área mantém-se em 14,3 milhões – menor patamar desde 1950. O déficit da balança comercial de manufaturados foi a US$ 105 bilhões ao final de 2005. “A relação entre o déficit comercial de produtos manufaturados e a perda de empregos no setor é óbvia: as importações diminuem a demanda de trabalho”, explica o economista Josh Bivens, do respeitado Economic Policy Institute. O quadro se torna mais preocupante para os trabalhadores americanos quando se intensificam as exportações de empregos na área de serviços – muitas empresas contratam companhias na Índia, onde o inglês é o segundo idioma mais falado, para atender chamadas de consumidores americanos em seus call centers.
O mundo já viveu vários momentos de globalização ao longo da história. Nos anos 50, depois da Segunda Guerra Mundial, o Japão e a Itália eram vistos como grandes ameaças ao emprego nos demais países que começaram a importar seus produtos. Porém, naquela época o crescimento das economias compensava com folga os impactos negativos. “O problema atual é que o crescimento nos países industrializados está muito baixo”, diz Rubens Ricupero, ex-ministro da Fazenda e ex-secretário-geral da UNCTAD, órgão das Nações Unidas para o comércio e o desenvolvimento. “Fica mais difícil absorver as dores da globalização.” Para Ricupero, esse fenômeno pode se agravar, pois a oferta de mão-de-obra da China é inesgotável. “A tensão comercial entre os países tende a aumentar”, prevê.
Milton Gamez e Osmar Freitas Jr.
Nova York

A AMAZÔNIA E A COBIÇA DO IMPERIALISMO


A Amazônia é um fato territorial sul-americano que, cobiçada como celeiro de riquezas, transpõe os limites do Pacto Amazônico (firmado em 3 de junho de 1978) e da América do Sul, transformando-se em fato geopolítico, logo espaço de intromissão imperialista. (A crise colombiana e a intervenção dos EUA não deixam dúvidas quanto a isso.) A principal nação a ser afetada pela cobiça imperialista é o Brasil, detentor da maior parte dela. Mas é exatamente este fato territorial, cuja virtualidade espacial e econômica pode nuclear a fundação de uma potência no hemisfério sul, o elemento central sobre o qual se voltam os interesses estratégicos do imperialismo norte-americano. Compactua com ele a avidez da Europa ocidental e do Japão, na doce ilusão de dividirem a riqueza amazônica, como se a superpotência lhes permitisse tamanha ousadia, para além das sobras supérfluas. (Talvez lhes conviesse mais que a Amazônia continuasse sul-americana e clandestina). Mas a estratégia norte-americana é outra. Aos EUA não convém confrontar-se com uma possível potência rival no espaço das Américas; este espaço eles o tem como exclusividade sua. Claro, não está em disputa um deserto inútil. Disputa-se um esplêndido território, cuja riqueza pode prolongar a supremacia mundial da Norte-América. A energia existente no subcontinente meridional é vital ao grande irmão. A posse colonial e a fragmentação territorial. Eis a estratégia do imperialismo para os seus espaços periféricos. A Amazônia e a América do Sul se enquadram nesta terrível lógica.
Para este fim serve a ideologia da Amazônia como patrimônio da humanidade; serve, também, a contínua ameaça – às vezes velada, às vezes explícita – da sua internacionalização. Para este propósito, criam-se mitos verdadeiros e fatos falsos. Ou falseiam fatos e justificam mitos, numa preparação dirigida da opinião pública, cooptada por uma mídia devidamente condicionada. Nesta onda, surfam "intelectuais" alienados. Tal se dá com as questões indígena e ambiental, com o narcotráfico e com a estória da "Amazônia pulmão do mundo", desvirtuando-lhe o sentido e o alcance, numa pretensa ignorância da função oxigenadora dos oceanos e mares..
Territorialmente a Amazônia corresponde a 1/20 da superfície terrestre, 2/5 do continente sul-americano, e mais da metade do território brasileiro. Além do Brasil, ela incorpora a Bolívia, a Colômbia, o Equador, a Guiana, a Guiana Francesa, o Peru, Suriname e a Venezuela. A Amazônia brasileira, que incorpora os estados do Amazonas, Pará, Acre, Rondônia, Roraima, Tocantins, o oeste do Maranhão e o norte do Mato Grosso, se considerada nos seus aspectos geodésicos e políticos, mede mais de cinco milhões de km², com uma população que não chega aos 20 milhões. Mas, esposando aqui a opinião do Almirante Gama e Silva, a verdadeira Amazônia brasileira tem cerca de 4,048 milhões de quilômetros quadrados, sendo 3,648 milhões ocupados por vegetação natural, e o restante ocupado por rios, lagos e usos institucionais ou diversificados.
A Amazônia possui 1/5 da água doce do planeta, 1/3 das florestas latifoliadas. Ambicionada a sua diversidade biológica. É o maior banco genético da Terra. Não se tem ainda conhecimento pleno da quantidade de espécies vegetais e animais que nela existem. Já se computaram milhares de espécies vegetais e uma quantidade maior ainda de espécies animais. Além da floresta, ela inclui matas de várzea, campos e cerrados. Calcula-se em mais de um trilhão de dólares o valor da madeira de lei que dela se pode extrair, valorizadas no mundo inteiro, principalmente com a previsão, para as próximas décadas, do esgotamento das florestas tropicais da Ásia e da África. Existe na Amazônia mais de 100 espécies de madeiras nobres. Apenas 10% são conhecidas no exterior. No entanto, na Amazônia, uma ocupação racional e cientificamente planejada encontrará uma natureza favorável à rápida regeneração da floresta. Na imensidão das suas águas, a produção pesqueira atual retira mais de 180 mil toneladas por ano. Isto numa Amazônia ainda praticamente inexplorada, permitindo estimar-se em mais de 300 mil toneladas/ano esse potencial.
Na Amazônia, está uma das maiores reservas mundiais de minerais estratégicos, cujo valor não se pode ainda dimensionar. Ouro no Pará, no Amazonas, em Roraima e no Amapá; ferro no Pará (serra dos Carajás), no Amapá, no Amazonas; sal-gema no Amazonas e no Pará; manganês no Amapá, no Pará e no Amazonas; bauxita no Pará (Oriximiná, no rio Trombetas e em Tucuruí), além de calcário, casseterita, gipsita, linhita, cobre, estanho, nióbio, tântalo, zircônio, criolita (usada como fundente na eletrólise do alumínio), caulim, diamante, chumbo, níquel. De vários destes minérios, o Brasil possui as maiores jazidas do mundo, estando, nos demais entre as maiores reservas.
Resumindo: sobre o rico potencial amazônico, não faltam hoje estudos sérios. Desta forma, passo batido sobre o seu potencial petrolífero e sobre a existência de material radioativo, para a combustão nuclear, como o tório. Contudo, não posso omitir três questões que as julgo estratégicas para a geopolítica do século XXI: a era dos carboidratos que substituirá a era dos hidrocarbonetos, esta já em processo de declínio acelerado; a imensidão amazônica como o maior "vazio" geográfico que, apesar do clima quente e úmido, pode ser imediatamente ocupado, somando-se a isso o fato, nada desprezível, de que a Amazônia dispõe de quase 2,5 milhões de km² de terras propícias para a agricultura – 8% das disponibilidades mundiais. (Estudo sobre a produção mundial de alimentos, promovido pelo Governo dos EUA em 1967 – "The World Food Problem"); e a localização estratégica como núcleo de integração da América meridional, tanto para a unidade política da América Latina, quanto para a centralização de um poder imperial em novo processo colonial do subcontinente.
Todavia, para impedir a biopirataria e a exploração predatória de grupos clandestinos ouconsentidos e de empresas estrangeiras lá instaladas, (mais de duas dezenas, quase todas asiáticas), cuja ação devastadora é cinicamente ignorada pelo Governo, os brasileiros precisam ocupar racionalmente a Amazônia, através de um planejamento estratégico, metódico, para obstar, não só a sua devastação, mas, também, para impedir que ela escape ao seu domínio. Povo que não sabe usufruir da riqueza que possui, acaba vendo-a devastada e surrupiada por estranhos.
Ninguém desconhece a grande dependência que os países desenvolvidos têm do petróleo. Embora as reservas mundiais, hoje estimadas em um trilhão de barris, possam garantir o abastecimento, ao ritmo atual de consumo, por mais quatro ou cinco décadas, independentemente de novas descobertas, a verdade é que a maior parte destas reservas não se localiza no território dos países centrais. Os EUA já importam aproximadamente 60% do petróleo que consomem. No ritmo atual, as reservas ainda existentes no seu subsolo terminarão na próxima década, passando a depender totalmente do petróleo importado, ainda que, no futuro, este combustível perca importância graças ao desenvolvimento tecnológico, rumo a novas fontes de energia.
Porém, não apenas de petróleo depende o desenvolvimento dos países ricos. Eles têm uma dependência, praticamente vital para continuarem ricos e formosos, de uma enorme quantidade de minérios, sem os quais a sua economia industrial desmorona.
A dependência dos países, assim chamados, desenvolvidos.
Minérios/BlocosEUAUEJapão
em %



Nióbio
100
100
100
Manganês
98
100
100
Alumínio
91
97
100
Tântalo
91
100
100
Estanho
82
80
85
Zinco
57
57
48
Mica
100
83
100
Cobalto
97
100
100
Cromo
91
97
99
Platina
91
100
98
Níquel
70
87
100
Tungstênio
52
87
75
Antimônio
51
91
100
Cobre
13
80
80
Fosfatos
01
99
100
Vanádio
42
100
100
Chumbo
13
44
47
Molibdênio
--
100
99
Como representante da Trilateral, em 1979, Henry Kissinger, evidenciava essas carências: "Os países industrializados não poderão viver à maneira como existiram até hoje, se não tiverem à sua disposição os recursos naturais não-renováveis do planeta. Para isso, terão que montar sistemas mais requintados e eficientes de pressões e constrangimentos, que garantam a consecução de seus objetivos."
Eis porque a Amazônia transformar-se-á, no século XXI, numa das principais regiões do planeta, cuja exploração sustentará um novo ciclo de desenvolvimento.
Até a definição das fronteiras brasileiras, concluída no início deste século, França e Inglaterra procuraram ampliar seus espaços na Amazônia às custas do Brasil. Porém, notório foi o interesse dos EUA no século XIX, em razão mesmo da sua política expansionista que incorporou pelas armas partes do México e comprou da Rússia o Alasca. Famosa foi a campanha deflagrada por um oficial da Marinha norte-americana, o Tenente Matthew Fontaine Maury, que, afirmando ser a Amazônia parte do complexo geográfico formado pelo Golfo do México, como uma extensão natural do Mississipi, defendia que a América meridional devia transformar-se numa dependência dos EUA. "O mundo amazônico" – pregava o Tte. Maury, que chefiava o Serviço Hidrográfico da Marinha norte-americana – "é o paraíso das matérias primas, aguardando a chegada de raças fortes e decididas para ser conquistado científica e economicamente." Como conseqüência dessa campanha, em 1853, o Governo dos EUA enviava ao Congresso uma mensagem com uma referência à Amazônia: "uma região que, se aberta, à indústria do mundo, ali se achariam fundos inexauríveis de riquezas." Não faltaram, então, pressões sobre o Império para que este abrisse o rio Amazonas à livre navegação internacional. O Imperador não cedeu. A Guerra civil norte-americana retirou, na ocasião, a questão amazônica da pauta expansionista dos EUA.
Na década de 40, a tentativa de criação de um Instituto Internacional da Hiléia Amazônica, inspirado pelo professor Berredo Carneiro e que seria integrado basicamente pelas nações sul-americanas com interesses diretos na Amazônia, para estimular a sua exploração científica, inviabilizou-se na luta ideológica que o envolveu, tendo então sido visto como um instrumento de internacionalização do território amazônico.
Vinte anos depois, foi a vez do Hudson Institute lançar o projeto dos "Grandes Lagos" para a produção de energia elétrica e para a navegação. Segundo o Cel. Manoel Teixeira Pires, este projeto iria representar uma autêntica variante ao canal do Panamá para ser utilizado pelos EUA. Na época, o governo brasileiro frustrou o projeto.
Com o fim da guerra fria, as pressões retornaram. Em 1989, numa reunião do G-7, à qual o Pres. Sarney compareceu como convidado, foi ele instado a ceder direitos para que os países ricos pudessem explorar economicamente a Amazônia. Se a concessão fosse dada, a posse dos recursos acabaria traduzindo-se na posse do território.
Em 1989, o então senador e hoje candidato à Presidência dos EUA, afirmava solenemente: "Os brasileiros pensam que a Amazônia é deles. Não é. Ela pertence a todos nós." Mais recentemente, a mesma afirmação reproduziu-a outro senador (Kasten), que acrescenta: "assim como o ozônio, as chuvas, o oxigênio, etc., a Amazônia deve pertencer a todos." Em 83, Margareth Thatcher havia sido mais enfática: "Se os países subdesenvolvidos não conseguem pagar suas dívidas externas, que vendam suas riquezas, seus territórios e suas fábricas." Também Mitterand, em 89, afirmava: "O Brasil precisa aceitar uma soberania relativa sobre a Amazônia." Até Gorbatchev, em 1992, julgou-se com o direito de afirmar: "O Brasil deve delegar parte de seus direitos sobre a Amazônia aos organismos internacionais competentes." John Major, então primeiro-ministro da Inglaterra: "As nações desenvolvidas devem estender os domínios da lei ao que é comum de todos no mundo. As campanhas de ecologistas internacionais a que estamos assistindo, o passado e o presente, sobre a região amazônica, estão deixando a fase propagandística, para dar início a uma fase operativa que pode definitivamente ensejar intervenções militares diretas sobre a região."
Mais grave porém, porque está diretamente ligado aos interesses do imperialismo estadunidense, cuja estratégia é a incorporação colonial "definitiva" da América Latina ao seu contexto geopolítico, são as afirmações do Gal. Patrick Hugles, chefe do Órgão Central de Informações das Forças Armadas norte-americanas: "Caso o Brasil resolva fazer uso da Amazônia, pondo em risco o meio ambiente nos Estados Unidos, temos que estar prontos para interromper este processo imediatamente." Ao que a senhora Madeleine Allbright complementa: "quando as questões são de meio ambiente, não existem fronteiras." E a história nos ensina: quando um Estado poderoso precisa de um pretexto para intervir em outro Estado, qualquer pretexto serve. Esta lógica confere com a estratégia do Pentágono, divulgada pelo The New York Times (10/3/92), cujo objetivo é impedir o surgimento de uma potência militar fora da OTAN. Em 1995, o Chefe do estado-maior Conjunto, Gal. Collin Powell, recomendava a preservação da capacidade militar norte-americana em nível tal que desencorajasse o surgimento de qualquer adversário que pudesse desafiar o poderio norte-americano. E reservava uma posição subalterna para as forças armadas dos países latino-americanos.
Ora, opiniões são simples manifestações de pensamentos. Nem sempre se transformam em fatos. Mas, o imperialismo possui uma lógica que não pode ser ignorada: para os EUA continuarem hegemônicos e manterem o seu gigantesco potencial bélico, a energia interna do seu território já não basta. Eles precisarão absorver a energia das nações que lhes são subalternas. Enquadra-se nisto a América do Sul e, naturalmente, a Amazônia.
A British Petroleum/Brascan é o maior grupo estrangeiro que atua na Amazônia, detendo 174 mil km², ou 13% do subsolo reservado da Região Amazônica. Território equivalente aos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Santa Catarina. Um estudo do CNPq mostra a presença de empresas multinacionais na exploração mineral, concentradas na "chamada área reservada", controlando cerca de 40% do subsolo dessa área da Região Amazônica, equivalendo a 367 mil km². 98% desta área está em poder de apenas 17 grandes grupos, ou seja, suficientemente poderosos para influenciarem as decisões políticas nacionais e para terem na sua retaguarda seus respectivos Estados nacionais.
Não vou falar das centenas de ONGs que atuam na Amazônia, sob os mais diferentes pretextos e interesses – menos os dos brasileiros, evidentemente. (Como diria o Pe. Antônio Vieira: eles não querem o nosso bem; eles só querem os nossos bens). Citarei apenas o Conselho Mundial de Igrejas Cristãs (1981): "A Amazônia total... é considerada por nós como um patrimônio da humanidade. (...) É nosso dever (...) esgotar todos os recursos que, devida ou indevidamente, possam redundar na defesa, na segurança e na preservação desse imenso território e de seres humanos que o habitam e que são patrimônio da humanidade, e não patrimônio dos países cujos territórios pretensamente dizem lhes pertencer."
E tem brasileiro que incorpora essa lorota, sem se perguntar: por que  a nossa Amazônia deve ser "patrimônio da humanidade", e não a Terra toda, hoje monopolizada economicamente por três ou quatro centenas de corporações mundiais e "privatizada" como patrimônio de alguns poucos milhares de indivíduos poderosíssimos, sobrepostos aos bilhões de homens e mulheres que mal vegetam ? Por que só o território amazônico deve ser internacionalizado, e não o território dos EUA que controlam a economia do mundo e concentram a maior parte da sua riqueza? Por que não o território culto da Europa ocidental, berço do imperialismo contemporâneo? No atual sistema de dominação mundial, a quem beneficiaria uma "pretensa" internacionalização da Amazônia?
A questão colombiana, onde a presença dos Estados Unidos já é notória, traz-nos à lembrança – com o sinal trocado – o ocorrido há 150 anos na China, com a chamada Guerra do Ópio, quando a Inglaterra, atendendo aos traficantes ingleses que monopolizavam aquele comércio, atacou a China, e, com duas guerras saqueou o "celeste império", abrindo-o para o livre comércio do Ocidente, sobretudo para o imperialismo inglês estabelecer a sua base em Hong Kong. Na ocasião, a rainha Vitória teria declarado que, se estivesse no lugar do Imperador da China, também proibiria o tráfico de ópio. Porém, era fundamental que a Inglaterra defendesse o "livre comércio", sem o qual ela não sobreviveria, atribuindo-se à rainha a seguinte conclusão: "o país" – europeu, evidentemente – "que tivesse sob seu controle a China, não só controlaria todo o Oriente, como tornar-se-ia a nação hegemônica do século XIX". As palavras podem não ter sido exatamente estas, mas a história corresponde a elas.
Ora, correndo, embora, o risco da comparação exagerada, ouso afirmar que a potência que tiver sob seu controle a Amazônia, terá não apenas o domínio de toda a América meridional, como obterá dela os recursos naturais para sustentar-se como a hegemonia absoluta do século XXI.
Os que tencionam alienar a Amazônia, que preço lhe atribuiriam? Alguns patriotas convictos declaram que ela é parte inseparável do Brasil, logo ela é inalienável. O seu preço custaria o sangue dos que tentarem disputá-la.
No entanto, não preservaremos brasileira a nossa parte amazônica, se não preservarmos o Brasil como nação independente, capaz de transformar-se numa potência singular, núcleo forte de uma integração democrática dos povos latino-americanos.
(Encerro recomendando a leitura da coletânea publicada pelo Núcleo de Estudos Matias de Albuquerque – "Amazônia" –, publicação valiosa sobre aquele rico território brasileiro e sul-americano.)
Antônio Rezk
MHD – Movimento Humanismo e Democracia
www.mhd.org

UMA GIGANTESCA ANARQUIA FUNDIÁRIA


Maioria dos latifúndios da Amazônia Legal não tem documentação regularizada
Sem dúvida, a preocupação com questões ambientais, motivada entre outros fatores pelo fantasma do aquecimento global, nunca esteve tão em voga. Nesse contexto, é natural que a criação de um modelo sustentável de desenvolvimento para a Amazônia tenha entrado definitivamente na lista de prioridades da agenda política brasileira. O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva já assumiu, em declarações de repercussão internacional, o compromisso de frear drasticamente o desmatamento que, até o momento, já atingiu pelo menos 15% da cobertura original da maior floresta do planeta. Desde o ano passado, uma das mais importantes tarefas a realizar com o intuito de garantir uma exploração menos predatória da Amazônia vem sendo motivo de intenso debate no Palácio do Planalto: regularizar a situação jurídica das terras ocupadas principalmente pela agropecuária.

A verdade é que o governo brasileiro não sabe ao certo quem são os atuais donos de lotes na região, e colocar ordem nesse verdadeiro caos fundiário é mais do que urgente. De acordo com um estudo publicado em abril do ano passado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), um dos principais centros de pesquisa sobre a floresta, os imóveis rurais com cadastro validado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) perfazem apenas 4% de toda a área da chamada Amazônia Legal – porção de 5 milhões de quilômetros quadrados que responde por três quintos do território nacional, englobando todos os estados da região norte, além de Mato Grosso, Tocantins e de parcelas do Maranhão e de Goiás.

Segundo o Imazon, outros 43% encontram-se protegidos principalmente por terras indígenas e unidades de conservação. O restante é classificado como áreas supostamente privadas sem validação de cadastro (32%) e terras supostamente públicas que não estão resguardadas por nenhum tipo de reserva (21%). Em outras palavras, a esmagadora maioria dos imensos latifúndios, das fazendas de porte médio e dos pequenos sítios localizados na Amazônia ainda não está com a documentação em dia. E, para agravar o quadro, em grande parte esses imóveis ocupam áreas públicas que pertencem de fato à União ou aos governos estaduais. Somente sob alçada do Incra, por exemplo, existem 670 mil quilômetros quadrados que ainda não foram destinados à criação de assentamentos ou de reservas, mas que também não foram repassados oficialmente aos produtores particulares que lá se encontram.

A desorganização fundiária, porém, não gera transtornos apenas no meio rural. Dos 769 municípios da Amazônia Legal, 172 – ou 22% – têm pelo menos parte de sua sede, ou seja, o perímetro urbano propriamente dito, sobre terrenos que na realidade fazem parte do patrimônio público da União. Na prática, isso inviabiliza a celebração de convênios entre prefeituras e governo federal para a construção, por exemplo, de escolas e hospitais nessas áreas. E ainda prejudica a cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), uma das principais fontes de recursos para as administrações municipais.

Nos últimos meses, as discussões nos gabinetes de Brasília para resolver a anarquia fundiária da Amazônia ganharam fôlego redobrado e até motivaram um racha no Planalto. O ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE), Roberto Mangabeira Unger, uma das principais vozes do governo sobre o tema, defendia, entre outras medidas, a criação de uma agência para coordenar exclusivamente esse processo, em substituição ao Incra. Nas entrevistas sobre o assunto, o ministro costuma afirmar que o órgão federal já tem trabalho demais com as tarefas cotidianas decorrentes da implantação de assentamentos. A ideia de Mangabeira, no entanto, foi voto vencido, e o presidente Lula vai mesmo deixar essa missão a cargo do Ministério do Desenvolvimento Agrário, ao qual o Incra é vinculado.

As propostas do governo, aliás, vão seguir a linha de um projeto, batizado de Terra Legal, que já havia sido preparado pelo próprio Incra e que pretende colocar em ordem de forma mais ágil a situação jurídica dos lotes de no máximo 15 módulos fiscais – limite das chamadas médias propriedades. Grosso modo, um módulo fiscal equivale ao sítio mínimo necessário para a sobrevivência de uma família e varia conforme as condições geográficas de cada localidade, mas não ultrapassa 100 hectares. A expectativa é que, em três anos, quase 300 mil posses ocupadas até dezembro de 2004 sejam contempladas em 436 municípios de nove estados da Amazônia Legal. Resumidamente, aquelas com até 100 hectares seriam doadas. As que têm entre essa dimensão e quatro módulos fiscais seriam vendidas a um valor praticamente simbólico. E as que figuram entre quatro e 15 módulos seriam negociadas a preço de mercado.

Segundo o presidente do Incra, Rolf Hackbart, o plano tem duas pilastras básicas. A primeira consiste numa simplificação do marco legal em vigência que trata da regularização fundiária. De acordo com cálculos do órgão, mantidas as atuais normativas, a conclusão desse processo levaria no mínimo 40 anos. A outra vertente é a realização de uma espécie de varredura, ou seja, "entrar na gleba, identificar quem a ocupa, como ocupa e qual a documentação existente", explica Hackbart. Para realizar essa missão, além dos funcionários dos órgãos de terras federal e estaduais, seriam contratadas empresas privadas para coletar in loco as coordenadas georreferenciadas das propriedades mapeadas.

As recentes propostas do governo para arrumar a bagunça fundiária da Amazônia dividiram opiniões. De um lado, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) tem manifestado apoio às ideias.? "Achamos que esse é o caminho. É importante regularizar para que os produtores da Amazônia tenham acesso a financiamentos, oferecendo garantias como o título de sua propriedade, e obtenham o que os de outras partes do país já possuem", afirma Anaximandro Almeida, assessor técnico da Comissão Nacional de Assuntos Fundiários da CNA.

Algumas organizações da sociedade civil, porém, encaram as medidas com preocupação. "Todos os processos de concessão de áreas públicas no Brasil ao longo da história não democratizaram o acesso à terra", alerta Sérgio Leitão, advogado do Greenpeace. Na opinião do diretor da Associação Brasileira de Reforma Agrária (Abra), José Juliano de Carvalho Filho, se colocadas em prática, as novas ideias podem agravar ainda mais a já tão pronunciada concentração da estrutura fundiária da Amazônia. Ele acredita que os ocupantes de grandes extensões de áreas públicas vão encontrar brechas nas novas propostas do governo para se apossar definitivamente de áreas superiores ao limite de 15 módulos fiscais. "É sempre a mesma coisa: o governo diz que vai fazer em nome dos pequenos, mas acaba beneficiando os grandes. O verdadeiro programa de regularização da propriedade da terra se chama reforma agrária. Por que o governo não faz?", questiona.

Urgência
 
Afinal, por que é tão importante fazer a regularização fundiária na Amazônia? Em primeiro lugar, sem definição clara do direito de propriedade, "as pessoas têm a sensação de que o acesso à terra é livre, e que podem ocupá-la de forma gratuita. Isso gera uma corrida, semelhante à que se vê nos filmes do velho oeste americano", explica Paulo Barreto, pesquisador do Imazon. "Essa corrida, por sua vez, dá origem à violência. E o Estado não está presente nessas regiões distantes. Assim, literalmente, quem tem mais bala consegue controlar o território", completa.

O clima de indefinição sobre a propriedade fundiária na região também leva inevitavelmente à devastação da floresta. Como ainda existem vastas terras públicas sem controle definido, "é mais barato abrir novas áreas para a agropecuária do que investir nas já abertas", analisa Barreto. Sem um cadastro confiável, o governo também tem dificuldade para cobrar dos verdadeiros donos dos imóveis rurais o respeito à legislação ambiental, que prevê entre outras regras a preservação de ao menos 80% da floresta nativa nos imóveis rurais localizados no bioma amazônico.

Desde julho do ano passado, os produtores com fazendas naquela área têm enfrentado obstáculos para conseguir dinheiro em instituições financeiras públicas e privadas. Isso porque o Conselho Monetário Nacional (CMN) baixou a Resolução 3.545, exigindo documentos que comprovem o registro fundiário e o licenciamento ambiental para a liberação de financiamentos.

A medida do CMN atendeu a um pedido do próprio presidente da República, a fim de evitar que a devastação da Amazônia seja custeada por recursos públicos. Alguns dados ajudam a compreender o raciocínio. Entidades ambientalistas, e mesmo órgãos governamentais, estimam que a abertura de pastagens para a criação extensiva de bovinos responda por 70% do desmatamento ilegal da floresta. E, segundo um estudo do Imazon, desde o início do governo Lula até 2007, pecuaristas foram contemplados com R$ 1,89 bilhão do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), do qual é gestor o Banco da Amazônia. Relação mais do que evidente entre dinheiro público, desorganização fundiária e desrespeito ao meio ambiente.

Confusão histórica
 
Ao acenar com a possibilidade de regularização das posses localizadas em terras públicas da Amazônia, o Estado brasileiro está tentando corrigir um problema que, na realidade, ele mesmo ajudou a criar. A raiz de toda a desordem fundiária está diretamente ligada ao processo recente de colonização do norte do país, em especial durante o período do regime militar, entre 1964 e 1985.

Através de uma estratégia de ocupação da floresta imortalizada por slogans como "homens sem terra para uma terra sem homens", a ditadura impulsionou a migração de trabalhadores rurais para a Amazônia como forma de esvaziar os conflitos agrários em locais de grave tensão social, como a zona canavieira nordestina e o interior de São Paulo, ao mesmo tempo em que procurava desenvolver a região com base na agropecuária e na extração das riquezas naturais da floresta. "Boa parte das pessoas que se encontram hoje, sem títulos, de forma irregular, foram para lá a convite de uma política pública do governo", explica Almeida.

Mesmo sem o título definitivo, não raro esses ocupantes conseguiam declarações de posse emitidas principalmente pelo Incra, além de outros documentos precários que davam a entender que um dia essas terras públicas passariam de vez para o domínio de particulares. Naquela época, ao contrário do que se observa hoje, desmatar metade da área pretendida era interpretado pelas autoridades como atestado de produtividade, e não como crime ambiental.

Apesar de esses papéis não garantirem a devida regularização dos imóveis rurais, nunca foi muito complicado obter crédito em bancos, conseguir autorização dos órgãos ambientais para extrair madeira ou até mesmo cadastrar a propriedade na Receita Federal para pagamento de Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR). Com base nisso, o assessor técnico da CNA argumenta que o Estado brasileiro tem uma espécie de "dívida histórica" com esses produtores por ter criado a expectativa de que eles se tornariam legítimos proprietários das terras. "As novas propostas do governo possibilitam que quem já foi para lá possa comprar as áreas que ocupa há anos. Não é área nova nem tomada de ninguém", alega Almeida.

Esta não é, porém, a primeira vez que o poder público tenta colocar ordem na casa. Desde 1997, o Incra convocou pelo menos seis recadastramentos de imóveis rurais com o objetivo de aprimorar o controle sobre a estrutura fundiária da Amazônia. A experiência mais recente aconteceu ao longo de abril de 2008, quando foram chamados a apresentar seus documentos os ocupantes de terras acima de 400 hectares em 36 municípios escolhidos pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) como focos prioritários para o combate ao desmatamento. De aproximadamente 15,4 mil imóveis alvo do programa, apenas 20% entregaram os papéis necessários para que se possa proceder à regularização fundiária. Na opinião de Catia Canedo, diretora da unidade avançada do Incra de São Félix do Xingu (PA), onde nenhum pedido foi protocolado, a baixa adesão ao recadastramento foi motivada pelo medo que os fazendeiros tinham de "ser pegos por crimes ambientais", já que a maioria desmatou além do permitido por lei. No entanto, para Anaximandro Almeida, da CNA, o governo não sinalizou claramente a intenção de regularizar definitivamente a situação jurídica das posses, como está fazendo agora.

O caos fundiário da Amazônia já rendeu situações, no mínimo, inusitadas. Nessa mesma São Félix do Xingu, gigantesco município de área 55 vezes superior ao da capital paulista, o cartório de registro de imóveis foi interditado três anos atrás pela Justiça por registrar, de forma fraudulenta, documentos que comprovariam o domínio sobre terras. O motivo beira o insólito: São Félix do Xingu tinha somente metade do território necessário para abrigar todas as propriedades com algum tipo de registro no cartório. Infelizmente, absurdos desse tipo se repetem em diversas partes da Amazônia.

Críticas
 
Para fazer a regularização fundiária da Amazônia nos moldes discutidos atualmente, o governo precisou mexer na legislação que trata do assunto. A Constituição Federal, por exemplo, não permite que o ocupante de um terreno sabidamente público o adquira gratuitamente, de forma definitiva e legalizada, mesmo que nele viva e produza há tempos – o que configuraria o chamado direito de usucapião. Assim, até 2005, as áreas públicas só poderiam ser repassadas a particulares por meio de leilão. Naquele ano, porém, o governo alterou a lei de licitações dispensando a hasta de terras de até 500 hectares, beneficiando posseiros até esse limite. Mais recentemente, no primeiro semestre de 2008, o presidente Lula editou a medida provisória (MP) 422, que já virou lei, ampliando a possibilidade de negociação de terras públicas de até 15 módulos fiscais com os atuais ocupantes.

Na época de seu lançamento, a MP 422 foi ironicamente apelidada por movimentos sociais e entidades de defesa da reforma agrária de Plano de Aceleração da "Grilagem". Essa prática consiste na apropriação de grandes extensões de terra por meio de fraudes e falsificação de documentos, acompanhada com frequência de violência, principalmente contra pequenos posseiros e povos indígenas. Na avaliação dos críticos, além de afrontar princípios constitucionais, as novas ideias do governo para resolver a situação fundiária da Amazônia vão servir justamente para legalizar a grilagem e beneficiar aqueles que se apropriaram de maneira indevida do patrimônio público.

Para Carvalho Filho, da Abra, o governo não vai conseguir impedir que os atuais ocupantes de áreas imensas, superiores aos limites previstos em lei, parcelem suas terras e as regularizem por partes, colocando diversos lotes em nome de "laranjas" ou de familiares. "É muito fácil ludibriar. Todo mundo sabe disso, inclusive o governo", critica. O próprio presidente do Incra vê essa possibilidade. "Se não houver fiscalização, a tendência é acontecer, sim", admite Hackbart. Porém, para driblar esse problema, ele destaca a importância do trabalho de varredura, que em sua opinião vai permitir que se conheçam os ocupantes de boa e os de má-fé, combatendo assim a grilagem.

Para Sérgio Leitão, do Greenpeace, o governo deveria em primeiro lugar acelerar a criação de novas unidades de conservação e investir na efetiva implementação das que já existem. Além disso, também é necessário reconhecer terras indígenas, ribeirinhas e quilombolas, antes que essas populações sejam expropriadas por grileiros interessados em tomar as áreas ocupadas pelas chamadas populações tradicionais. "Nosso entusiasmo é nenhum, a preocupação é imensa, e entendemos que isso vai ser um cartório de concessões rápidas para legalizar o saque ao patrimônio fundiário do país", alfineta Leitão. Na opinião de Carvalho Filho, o Estado brasileiro está mais uma vez se rendendo às elites ligadas ao agronegócio e desperdiçando a oportunidade de fazer a reforma agrária, que poderia dar roupa nova à estrutura fundiária mais concentrada da história da humanidade.

Mesmo que saiam do papel, as propostas ainda deverão gerar dor de cabeça ao governo por um bom tempo. Certamente, os atuais ocupantes de terras que se sentirem lesados deverão recorrer à Justiça. "Tenho recebido recado de grandes grileiros dizendo o seguinte: ‘Não vamos ao Incra. Vamos nos encontrar na frente de um juiz daqui a dez anos’", conta Hackbart. Por essa razão, sensibilizar os magistrados brasileiros para essa questão é outra missão imprescindível no processo de reordenação fundiária da Amazônia. A situação é realmente bastante complexa. Mas, se não encará-la de frente, o poder público vai continuar sofrendo para solucionar os conflitos por terra e combater o desmatamento da floresta.
Carlos Juliano Barros
Revista Problemas Brasileiro, março/abril de 2009

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Os 10 melhores sites e blogs de Geografia do Brasil


Os 10 melhores sites de Geografia do Brasil:
Para os sites, nosso critério de escolha leva em consideração 5 tópicos que julgamos serem imprescindíveis e que atribuímos uma nota de zero a dez. Após a tabela, segue a descrição do que foi avaliado em cada tópico.
Para o InfoEnem, esses são os 10 melhores sites de Geografia.
SiteConteúdoNavegaçãoAparênciaInteratividadeAtualização
www.guiageo.com910998
www.sogeografia.com.br109997
www.geografiaparatodos.com.br109998
www.visaogeografica.com89977
www.portalbrasil.net/geografia98868
www.frigoletto.com.br108878
www.colegioweb.com.br/geografia109978
www.brasil-turismo.com/geografia98998
www.infoescola.com/geografia97767
www.brasilescola.com/geografia88868
  • Conteúdo: diz respeito a quantidade e qualidade de todo o material oferecido pelo site,  como listas de exercícios, dicas, curiosidades etc.
  • Navegação: tem relação com a divisão e disposição do conteúdo no site, além da velocidade com que as páginas abrem. Quanto mais fácil e rapidamente você encontrar o que procura em um site/blog, melhor sua navegação.
  • Aparência: consiste na organização da página, como cores utilizadas, quantidade de anúncios de publicidade, logotipo (se houver), disposição do cabeçalho, corpo e rodapé.
  • Interatividade: envolve a parte do conteúdo que promova maior entretenimento, como jogos, vídeo aulas, apresentações com animações etc.
  • Atualizações: neste tópico consideramos a frequência com que os sites publicam notícias e artigos, assim como atualizam dados de suas páginas.
Os 10 melhores blogs de Geografia do Brasil:
Lembramos nossos leitores que, diferentemente dos sites, os blogs tem como principal característica trazer bons artigos relacionados às disciplinas. De uma forma geral, esses espaços não oferecem grande quantidade de conteúdos, entretanto compensam com a qualidade, trazendo leituras complementares e mais específicas.
Assim, utilizaremos os seguintes tópicos: Atualização, conteúdo e aparência. Segue abaixo os 10 melhores blogs de Geografia do Brasil:


BlogConteúdoAparênciaAtualização
www.lucianogeo.com10810
geografiaetal.blogspot.com10910
geoprofessora.blogspot.com1099
geographicae.wordpress.com999
www.joseferreira.com.br/blogs/geografia9810
geografiaemperspectiva.blogspot.com9109
www.geomundo.com.br/geografia.htm988
www.brasil- marcosbau.com1098
geogiba.blogspot.com987
blog.educacaoadventista.org.br/blog/geografiaemfoco899




quarta-feira, 11 de julho de 2012

Mapa concetual


Principais atividades Econômicas da região AMREC e AMESC.


UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE
CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA
Disciplina: 15830 - ENSINO E APRENDIZAGEM NO MUNDO DIGITAL (Turma 1)
PROF(a) MSc ELISA NETTO ZANETTE
ACADÊMICO(A): Jucimara Lorencini   DATA :11/07/2012



AMESC é a Associação dos Municipios do Extremo Sul Catarinense,
Os Municipios que formam a AMESC são:


FONTE:http://www.amesc.com.br/conteudo/?item=1438&fa=1434&cd=3389


Araranguá -Considerada uma micro região com 61.817 habitantes é uma cidade próspera,se destacando por vários setores:indústria,comércio,agropecuaria e prestação de serviço.Mas no verão com suas belas praias predomina o turismo.
Balneário Arroio do Silva- Outrora pertencia ao municipio de Araranguá hoje se localizando no sul ,tem cerca  de 6.028 habitantes,a principal atividade econômica é o turismo e a pesca.Umas das atrações é a arrancada de caminhões que acontece anualmente.
Balneário Gaivota- É uma das cidades  mais jovens do estado,com população de 5.000 moradores fixos e mais de 60.000 habitantes no verão, suas principais atividades econômicas são ;a agricultura, a pesca ,o comércio e principalmente o turismo já que o Balneário Gaivota tem 23 km de faixa litorânea.
Ermo-É um município que tem como principal atividade econônica a agricultura já que se destaca com plantações de arroz,sendo uma cidade com 2.057 habitantes.
Jacinto Machado- O municipio desperta o interesse dos turista paras as belezas naturais.As principais atividades economicas são;Agropecuária com a plantações de arroz, banana, fumo, milho, maracujá e outros.Com a população de 10.923 habitantes.
Maracajá-Município com 5.541 habitantes proximo ao municipio de Ararangua,tendo como principais atividades economicas a Agricultura e indústria de confecções.
Meleiro-O nome que lembra a fartura de mel permanece no município dedicado à agricultura. As principais atividades econômicas  são; Agricultura, agroindústria, avicultura e extrativismo mineral.,com 7.080 habitantes.
Morro Grande-Se destaca pelas suas belezas naturais ,como as furnas cavadas pelos Ìndios xoklenge a Cachoeira Queda do Risco.Sua principal atividade econômica é a agricultura.Com a população de 2.917 habitantes.



Passo de Torres-Cidade que tem como atividade econômica a pesca mas atualmente o potencial turístico começa a ser explorado no município.A população é de 4.400 habitantes.
Praia Grande- O municipio se destaca pelo seus belíssimos cânions e a natureza preservada.As principais atividades econômicas são a agricultura e o turismo a população é de 7.500 habitantes.
Santa Rosa do Sul- O  municipio  se destaca na agricultura ,mas o turismo vem surgindo como alternativa econômica para a cidade que abragem 7.809 habitantes.,
São João do Sul-Única estância de águas termais salgadas do Brasil, atraindo visitantes de todo o País. Suas principais atividades econômicas - Agricultura, com ênfase na produção de morangos. Com 6.784 habitantes.
Sombrio-Municipio com 23 km de balneários Sombrio tem como principal atividade econômica a agropecuária. População de 22.954 habitantes.
Timbé do Sul-  Redescobre suas belezas naturais e começa a investir no turismo. tem como principal atividade econômica a agropecuária.População de 5.322 habitantes.
Turvo-Conhecido como Capital da Mecanização Agrícola e do Arroz, o município exibe seu potencial econômico a cada dois anos, na Festa do Colono se destacando na atividade agrícula.População de10.890 habitantes.
 
AMREC é a Associação dos Municípios da Região Carbonífera.
Os Municipios que formam a AMREC são:
Fonte:http://www.amrec.com.br/municipios/index.php
Cocal do Sul
Criciúma-
Maior produtor nacional e segundo maior produtor mundial de pisos e azulejos, Criciúma é rica em cultura e recursos naturais. É também o terceiro maior pólo nacional na produção de jeans e o maior pólo estadual do setor de confecções.
Forquilhinha
Içara
Lauro Muller
Morro da Fumaça
Nova Veneza
Orleans
Siderópolis
Treviso
Urussanga-A cidade tem diversas fontes de arrecadação, da área cerâmica, moveleira, de plásticos e de alumínio, até a fruticultura e a indústria caseira de aguardente e de vinho. Turismo e eventos também são destaque na economia local. População de 19.000 habitantes.
 
Referencia:
CIASC.Disponivel em: <http://www.sc.gov.br/portalturismo/Default.asp?CodMunicipio=234&Pag=1> acesso em 11 de junho de 2012.
http://www.amrec.com.br/conteudo/?item=450&fa=1&cd=8811
http://www.sc.gov.br/portalturismo/Default.asp?CodMunicipio=316&Pag=1

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Rochas ígneas-Plano de aula


Universidade do Extremo Sul Catarinense - Unesc

Geografia - Licenciatura

Professora: Elisa Neto Zanette

Acadêmico : Jucimara Lorencini

                       Plano de aula


Objetivo da aula: Identificar os tipos de rochas ígneas e suas classificações.
Carga Horária:  4/ aulas.
Ensino  fundamental: 6° serie.
Recursos Didáticos (materiais):Imagens,lousa,giz,vídeo.
Cronograma: 1 aula/  Vídeo como introdução .Explicação do processo que se origina  AS ROCHAS ÍGNEAS VULCÂNICAS com apresentação de imagens.
                          2 aula/Explicação do processo que se origina  AS ROCHAS ÍGNEAS HIPOABISSAL com apresentação de imagens.
                         3 aula/Explicação do processo que se origina AS ROCHAS ÍGNEAS PLUTÔNICAS com apresentação de imagens.
                         4 aula / Avaliação(4 questões)  cada aluno recebera uma sacola e contendo dois tipos de rochas ígnea ,o aluno terá que indentificar e explicar o seu processo de formação e a sua localização no processo,Peso (10,0)
Metodologia: O  uso da imagem para melhor compreensão,o video com o  objetivo de auxiliar a explicação.
Referencial teorico: Segundo Cerqueira(2012) "As rochas são agregados sólidos compostos por um ou mais minerais. Essas formações são de grande utilidade para o ser humano e, atualmente, as rochas são utilizadas na construção civil de diversas formas: fabricação do concreto (brita), material de revestimento, ornamentação (mármores), etc."As rochas ígneas são de extrema importancia para a economia de um país,resaltando que fazem parte do histórico arquiológico e cultural da localidade onde há maiores quantidades.



Rochas Ígneas



       As rochas ígneas magneticas são formadas a parti do resfriamento e consolidação do magma.O magma na estrutura de um vulcão se localiza em maior quantidade na parte mais profunda da costa,podendo se transportar para a profundidade intermediaria e para a superficie.

fonte:cn-anasofia.blogspot.com


     As rochas ígneas se classificam e três tipo:
     Rochas ígneas vulcânicas são formadas pelo resfriamento e consolidação do magma que ao chegar na superficie recebe o nome de lava se localiza na superficie da crosta.Exemplos de rochas ígneas vulcânicas:Basalto.

Fonte:infoescola.com


    Rochas ígneas hipoabissais são formadas pelo resfriamento e consolidação do magma na profundidade intermediaria entre a parte mais profunda da crosta e a superficie.Exemplos de rochas ígneas hipoabissais:Diabásio.

FONTE:ulbra.br
     Rochas ígneas plutônicas são formadas pelo resfriamento e consolidação do magma na parte mais profunda da crosta.Exemplo de rochas ígneas plutônicas:Granito.



FONTE:infoescola.com 
   Assista o vídeo:


Para Saber mais acesse:
http://www.geoturismobrasil.com/Material%20didatico/Rochas%20igneas.pdf
http://www.infoescola.com/geologia/rochas-magmaticas/
http://espaconaturaltocolando.blogspot.com.br/
Veja tambem:
http://youtu.be/6k0MK4KtYHc

http://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/DIDATICOS/M%20RITA/aula07r.pdf


Referência blibliograficas:
TEIXEIRA, W. et al. (org) Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos/USP, 2000.
GEOTURISMOBRASIL.Rochas Ígneas. Disponivel em <http://www.geoturismobrasil.com/Material%20didatico/Rochas%20igneas.pdf> Acesso em julho de 2012.